1755 Terramoto De Lisboa

September 5, 2021, 7:19 am

Mas o impacto que o terramoto de Lisboa deixou no rei foi perene. D. José I ganhou uma fobia a espaços fechados, vivendo o resto da sua vida num luxuoso complexo de tendas no Alto da Ajuda. Personagem central em todo o esforço de reconstrução da cidade, é Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde o Marquês de Pombal, a quem é a atribuída a ordem "enterrem-se os mortos, cuide-se dos vivos". Foi ele quem deu início, quase de imediato, aos planos de reconstrução de Lisboa, começando por acautelar a segurança no interior do próprio perímetro urbano. Os roubos e as pilhagens foram julgados com mão muito dura (quase com execuções sumárias), contrataram-se engenheiros e arquitetos, trouxeram-se trabalhadores de outras regiões, e colocou-se mãos à obra para a edificação daquilo que hoje conhecemos como a baixa pombalina. Lisboa foi das primeiras cidades do mundo a ter edifícios de construção anti-sísmica. Na ocasião, os modelos em madeiras eram testados com soldados a marchar em seu redor para simular o impacto de um abalo sísmico.

1755 terramoto de lisboa dia 1 de novembro de 1755

O terramoto destruiu ainda as maiores igrejas de Lisboa, especialmente a Catedral de Santa Maria, e as Basílicas de São Paulo, Santa Catarina, São Vicente de Fora, e a da Misericórdia. As ruínas do Convento do Carmo ainda hoje podem ser visitadas no centro da cidade. O túmulo de Nuno Álvares Pereira, nesse convento, perdeu-se também. O Hospital Real de Todos os Santos foi consumido pelos fogos e centenas de pacientes morreram queimados. Registos históricos das viagens de Vasco da Gama e Cristóvão Colombo foram perdidos, e incontáveis construções foram arrasadas (incluindo muitos exemplares da arquitectura do período Manuelino em Portugal).

Erguia-se o cadafalso e era imediata a execução, para exemplo. Com o correr dos anos, bastante lentamente, as barracas improvisadas deram origem a casas sólidas já preparadas para aguentar futuras oscilações e para evitar focos de doenças. Acabava-se com os becos e charcos de águas estagnadas, alargam-se as ruas e uma rede de esgotos tornava a capital numa cidade já não medieval mas moderna. O ministro do rei D. José, Sebastião José de Carvalho e Melo, chamou o engenheiro do Reino Manuel da Maia, que formou equipa com os engenheiros militares Carlos Mardel, Elias Pope e Eugénio dos Santos e que, sem demora nem descanso, meteram mãos à obra da reconstrução de Lisboa. O rei D. José morreu em 1777. Em 1798 começou a esboçar-se o traçado de uma estrada Lisboa-Porto. (1) Não há unanimidade quanto ao número de mortos. Entre 20. 000 e 100. 000. Parece que o número mais aproximado terá sido de 60. 000.

C omo era Lisboa antes do sismo de 1755? E como seria hoje se o sismo não tivesse ocorrido? São perguntas difíceis de responder, mas gravuras e ilustrações da época permitem-nos imaginar a cidade que Lisboa era e que poderia ter sido. Recuemos até 31 de Outubro de 1755, véspera do sismo que arrasou Lisboa. Não muito longe, encontramos a Igreja da Patriarcal, a recém-construída Ópera do Tejo ou a Ribeira das Naus, onde ficam estaleiros de construção naval. No dia seguinte, 1 de Novembro, pelas nove e meia da manhã, a crosta terrestre rompeu-se no mar, ao largo de Portugal, e a terra tremeu com uma tal violência que grande parte da cidade ficou reduzida a escombros. A Lisboa anterior ao terramoto de 1755 desapareceu quase completamente, não só com a catástrofe de 1 de Novembro, mas também com a reconstrução empreendida pelo futuro Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, da qual resultou uma cidade de traçado regular e quarteirões uniformes. Da Lisboa barroca ficou apenas a memória de uma cidade mítica que perdura até hoje e cujas descrições oscilam entre a extrema miséria, a devoção religiosa e a desmedida opulência.

Voos da taag de lisboa para luanda

  • Casas de fados em lisboa
  • Lojas de bebe em lisboa
  • Anedotas para rir a gargalhada
  • Como era Lisboa antes do terramoto de 1755? | VortexMag

Também no Norte de África, em Marrocos, ocorreram vários maremotos destruidores, e ondas anormalmente grandes foram registadas na Madeira, Brasil, no (que é agora) Canadá, Bermuda, Cuba, e nas ilhas das Antilhas. EPICENTRO AINDA É UM MISTÉRIO Apesar de todos os estudos, não se consegue indicar ao certo o epicentro do sismo que originou o terramoto de Lisboa. Os sismólogos não conseguem chegar a uma conclusão e, apesar de as opiniões diferirem centenas de quilómetros, todas convergem para um epicentro localizado no mar, algures entre 100 a 200 km do Cabo de S. Vicente. O sismo ocorrido em 1969 no Banco de Gorringe, a 120 milhas marítimas do Cabo de S. Vicente, veio propor a forte probabilidade de este ser o epicentro do sismo de 1755. Ruínas da Praça da Patriarcal, após o Terramoto de Lisboa de 1755. Fotografia de Jacques Philippe Le Bas, 1757 / Wikimedia Commons VESTÍGIOS DO TSUNAMI NO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO Em 2013, enquanto decorriam escavações arqueológicas na ilha de Martinique, em Fort-de-France, encontraram-se ruínas de dois edifícios construídos entre os séculos XVII e XVIII.

Estas ruínas revelaram, nas fundações, uma deposição de sedimentos com 6 a 9 cm de espessura, de areia branca e areia vulcânica negra. Excluíram-se algumas hipóteses: uma enchente do rio, já que a camada arenosa não contém os minerais encontrados no rio, ou de tempestades ou furacões capazes de trazer tais sedimentos. Os cientistas concluem que se tratara do resultado de um único acontecimento, como um tsunami. Foram ainda encontrados vestígios de cerâmica que apontam para um intervalo de tempo entre 1726 e 1783, no qual poderia ter ocorrido esse tsunami. Acha que os tsunamis só acontecem na Terra? Pois bem, pode ter acontecido em Marte. O QUE É UM TSUNAMI? VEJA O VÍDEO EM BAIXO. TSUNAMI EM MARTINIQUE? Comparando registos, os cientistas verificaram que, no intervalo de 1826 a 1983, ocorreram dois tsunamis que atingiram a ilha de Martinique: um em 1755, e outro em 1767. O de 1755 é relatado em documentos históricos que a ilha teria sido surpreendida por ondas entre 1 a 3 metros de altura.

Hoteis de lisboa

(... ) O terramoto teve início às 9 horas e 40 minutos do Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro de 1755. A terra tremeu três vezes, num total de 17 minutos, e, durante vinte e quatro horas, a terra não deixou de estremecer. O sismo teve o epicentro no mar, a oeste do estreito de Gibraltar, atingiu o grau 8, 6 na escala de Richter e o abalo mais forte durou sete intermináveis minutos. Por ser Sábado, acorreram mais pessoas às preces. As igrejas tinham os devotos mais madrugadores. Só na igreja da Trindade estavam 400 pessoas. Se os abalos tivessem começado mais tarde, teria havido mais vítimas, pois os aristocratas e burgueses iam à missa das 11 horas. Depois dos abalos, começaram as derrocadas. O Tejo recuou e depois as ondas alterosas tudo destruíram a montante do Terreiro do Paço e não só. Era o fim do mundo! Os incêndios lavraram por grande parte da cidade durante intermináveis dias. Foram dias de terror. As igrejas do Chiado e os conventos ficaram destruídas. A capital do império viu-se em ruínas, já para não falar de outras zonas do país, como o Algarve, muitíssimo atingida pelo sismo e maremotos subsequentes.

The chapter also discusses the role that hazard assessment can play in the preparedness of the city of Lisbon and, by analogy, other similar cities, for the next disaster and its mitigation. Key-words: Built Heritage, Natural Hazards, Disaster Risk Reduction, GIS for risk assessment, Lisbon downtown, 1755 Lisbon earthquake RESUMO Este capítulo aborda uma problemática específica no quadro da investigação sobre a gestão de riscos em meio urbano: a compreensão da relação entre o risco, urbanismo e património, tomando Lisboa, e em particular a Baixa Pombalina, a que resultou da reconstrução da cidade após o terramoto de 1755, como caso de estudo. O objetivo central foi identificar a exposição do património cultural construído aos riscos naturais e discutir os fatores e dinâmicas que influenciam a sua vulnerabilidade. Um Sistema de Informação Geográfica permitiu correlacionar os sítios e edifícios patrimoniais com a cartografia de susceptibilidade a diferentes riscos que integra o Plano Diretor Municipal de Lisboa.

• Este terramoto teve nota 9 na escala de Richter e foi sem dúvida tão intenso que provocou estragos em quase todo o país e sendo sentido no sul de França e no Norte de África; • Ninguém podia prever ou imaginar esta tragédia que se agravaria quando um maremoto se formara no mar criando ondas de 30 m que inundaram a baixa da cidade; • Nas zonas de Alcântara, Sacavém, S. Martinho, Azeitão e Setúbal abriram-se grandes falhas na terra; • Nas horas precedentes ao abalo sísmico sentiram-se imensas réplicas sismicas. __________________História 8ºB_____________________ 5 6. • Milhares de pessoas desceram até ao Terreiro do Paço para tentarem fugir dos incêndios e da queda de paredes e pedras, mas isto também não ajudaria muito mais pois a baixa da cidade estava literalmente inundada; • Estes levaram todos os pertences que puderam e tentaram apanhar um dos barcos que estavam a recolher pessoas. Mas as ondas do rio estavam tão altas que acabaram por arrastar os barcos e muitas pessoas se afogaram; • Depois de passado o horror, o rei D. José I ordenou ao seu ministro, o Marquês de Pombal, que reconstruísse a baixa da cidade.

Sobre as ruínas da antiga cidade ergueu-se uma Lisboa vanguardista. Foi colocado saneamento moderno e construíram-se ruas largas, seguindo regras de construção rigorosas. Era uma oportunidade única para a renovação da cidade, e Lisboa tornou-se um modelo para o resto da Europa. Pela primeira vez, edifícios pré-fabricados foram usados em grande escala, e possuíam elasticidade anti-sísmica. Este tipo de planeamento iluminista foi imitado mais tarde em Paris pelo Barão Haussmann e em Barcelona por Ildefons Cerdà. O renascimento e transformação de Lisboa foi um feito prodigioso que se deveu à determinação e impiedade do Marquês de Pombal. A sua estátua encontra-se atualmente no topo de um monumento virado para a cidade reconstruída. Um passeio pela Baixa de hoje revela um novo centro simétrico, culminando na grande praça aberta ao rio, a Praça do Comércio. Às igrejas reconstruídas foram dados ricos interiores barrocos, muitos deles com ornamentação monumental em talha dourada. A riqueza do barroco nacional deu à cidade uma nova "época de ouro" na arquitetura, sendo os casos mais excepcionais as igrejas de São Roque, de Santa Catarina e da Pena.